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Segundo
a autora Maria Yeda, a História Agrária surgiu no início do século XX, do
encontro entre o historiador e o geógrafo, buscando procurar explicações das
mudanças ocorridas tanto no meio social, quanto no físico, no caso o campo – o
habitat humano.
Essa
é uma história que se confunde com a própria história do homem. O homem sempre
buscou e busca a natureza como meio de sobrevivência, tirando dela seu
sustento, inovando técnicas de cultivos, transformando-a ao longo dos tempos. E
isso, por muito tempo não foi objeto de estudo do historiador, que estava
preocupado com outros acontecimentos da história. Não sabendo ele, que, “ foi a agricultura a atividade que congregou
homens e mulheres constituindo-se principal fonte de vida e de trabalho”,
como bem salienta Maria Yedda. Antes
da Revolução Industrial, 75% da população era ruralista, dependendo do campo
para tirar seu sustento. Por isso, o despertamento de muitos pela agricultura e
a organização social no campo, surgindo daí a História Regional e Local, onde
muitos autores tinham como abordagens de seus estudos o meio rural e agrário.
A
França foi um dos países que levou muitos estudiosos a se preocuparem com esse
tema, como Lucien Febvre, Vidal de La Blache, Labrousse e muitos outros. Para
eles, a partir do momento, que se conhecem as sociedades agrárias, terão
condições de “perceber as descontinuidades e as mudanças bruscas que dizem
respeito a conjuntos socioeconômicos maiores e mais complexos.”, ou seja,
teremos condições de conhecer a própria história do povo.
Assim,
muitos estudiosos se enveredaram nesse caminho, sobre a História da
agricultura, desenvolvendo temas como: técnica agrícola, meio ambiente,
população rural, escravidão, feudalismo, economia camponesa, revoltas agrárias,
enfim, tudo que se relacionasse a ação do homem no campo, que tem influenciado
por gerações o sistema político, econômico e cultural. A agricultura interfere
em todo o processo produtivo, seja na terra (diretamente no meio ambiente), o
próprio homem (na demografia rural e urbana), como nas técnicas usadas no
campo, que são as forças produtivas, seja humanas ou mecânicas.
Aqui,
no Brasil, estudos a esse respeito começaram a serem desenvolvidos a partir de
1976, pela Fundação Getúlio Vargas, como apoio do Ministério da Agricultura,
com a intenção de lançar as bases da história da agricultura brasileira e o Rio
de Janeiro foi o estado que despontou nesse sentido, onde foram desenvolvidos
estudos da História Agrária e daí passando para os demais estados da Federação,
despertando o interesse dos historiadores pela nossa História Regional.